sexta-feira, 16 de janeiro de 2009

Mobilização nacional em defesa do movimento dos praças catarinenses

A reunião extraordinária da Associação Nacional de Praças (Anaspra), em Florianópolis, se transformou em uma mobilização nacional em solidariedade ao movimento dos praças e familiares e à Aprasc. O encontro reuniu 13 representantes de 10 federações de quatro regiões do país. A Anaspra e suas entidades regionais representam cerca de 800 mil praças da Polícia Militar e do Corpo de Bombeiros.A senadora Ideli Salvatti (PT) participou da cerimônia de abertura do evento, no dia 15 de janeiro, e se comprometeu a abrir um canal de conversa com o ministro da Justiça, Tarso Genro, e o secretário Especial dos Direitos Humanos, Paulo Vannuchi.
Ela se solidarizou com a luta da Aprasc pela integralização da Lei 254 e destacou que a punição aos manifestantes é uma forma do governo estadual desviar o foco em relação à lei salarial da categoria. Ideli também condenou a tentativa do governador de dissolver a entidade.

Anfitrião do encontro, o deputado estadual Sargento Amauri Soares, presidente da Aprasc, apresentou os policiais que tiveram seus nomes listados em Conselhos de Disciplinas, expediente mais rápido para expulsão dos quadros da polícia, instaurados pelo Comando da PM. “Esses companheiros são exemplos de policiais militares e que dedicaram toda sua vida para defender a população. Eu não conheço nenhum oficial com moral para julgá-los”, afirmou.

O deputado estadual Pedro Uczai, líder do PT na Assembléia Legislativa, também apresentou sua solidariedade e destacou a “ousadia, coragem e justeza” do movimento da Aprasc. Ele defendeu a extinção dos regulamentos disciplinares dos militares, que ele classificou de “entulho autoritário”. Durante todo o dia, vários representantes também se pronunciaram contra os códigos militares.

O ex-deputado estadual de Tocantins, sargento Manoel Aragão da Silva, afirmou que não existe outra forma de se praticar democracia nos quartéis e oferecer segurança pública de qualidade para a sociedade sem mudar o regulamento disciplinar. Aragão, que atualmente é secretário de Estado de Assuntos Parlamentares, defendeu a desmilitarização da Polícia e do Corpo de Bombeiros e chamou os Conselhos de Disciplina de “tribunal de exceção”. Ele defendeu o Código de Ética em vigor em Minas Gerais como exemplo a ser adotado pelas PMs do Brasil.

A reunião extraordinária da Anaspra continua no dia 16 de janeiro. As esposas, familiares e praças de várias regiões do Estado, que estão participando da vigília na Praça Tancredo Neves, também estão assistindo a reunião, que acontece no Plenarinho da Assembléia Legislativa.

Participam do evento os seguintes diretores: Anderson Pereira Araújo (Sergipe); Carlos Roberto Caetano (Espírito Santo); Denis Soares dos Santos (Paraíba); Elisandro Lotin de Souza (Santa Catarina); Francisco dos Santos Sampaio (Roraima); Heder Martins de Oliveira (Minas Gerais); Jean Ramalho Andrade (Espírito Santo); Jeoás Nascimento dos Santos (Rio Grande do Norte); Luiz Gonzaga Ribeiro (Minas Gerais); Manoel Aragão da Silva (Tocantins); Manoel João da Costa (Santa Catarina); Marco Prisco Machado (Bahia); e Pedro Queiroz da Silva (Ceará).

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